14 de março de 2012

VINYĀSA KRAMA

O termo vinyāsa não tem uma tradução directa e os termos mais próximos são “atitude” ou “mostra”. No yoga, e em sânscrito, significa sincronização ou combinação, a prática sincronizada do movimento com a respiração. O seu significado expressa a ideia de assentar partes num determinado arranjo ou disposição. O termo vinyāsa é formado por “nyāsa” que se traduz por aplicar, colocar e pelo prefixo “vi” que significa divisão ou separação, para designar coisas que são separadas ou produzidas através de outras e krama significa passo ou etapa.

Vinyāsa krama revela um conceito de montar ou estruturar uma sequência de passos, práticas ou posturas com significado adequado, orientação correcta e inseridos num contexto que atenda às necessidades individuais de cada praticante. Ou seja, definido o objectivo da prática, monta-se uma sequência de posturas que no seu resultado final vá ao encontro do objectivo inicial.

Este comentário está voltado para a prática de āsanas e respiratórios mas é bem mais vasto e estende-se a todas as outras técnicas do yoga e até mesmo às acções da vida quotidiana. Sempre que se define um objectivo trata-se de se arranjar um método que nos conduza com segurança para se alcançar a concretização e também é necessário escolher, projectar, montar e alinhar os passos que se devem dar para se alcançar esse objectivo com segurança e estabilidade.

O termo vinyāsa está profundamente ligado ao yoga, vejamos o caso do sūrya namaskāra, é definido como a execução de uma sequência de āsanas de forma encadeada e sincronizada com a respiração.

As posturas surgem brotando umas das outras, interligadas com movimentos suaves e respeitando o ritmo e capacidade de cada um. É suposto terminar-se a prática com maior vitalidade do que quando se iniciou, logo não há lugar para esforços extremos, cansaço ou dor.

Basicamente todos os movimentos são feitos com a respiração activa e consciente, usa-se uma fase da respiração para cada movimento e permanência. Dependendo da escola da experiência do praticante, da intenção e finalidade da prática, haverá repetição de āsanas ou não, com maior ou menor permanência. Fica a ideia de uma prática fluida com maior diversidade de posturas para se desenvolver a estrutura num todo e equilibradamente.

É atribuído ao yogi Vamana a afirmação de que “sem vinyāsa, os āsanas do yoga não podem ser conquistados”.

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